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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Entrevista a Lisa Valadares Silva

Entrevista à aficionada Lisa Valadares Silva, de Vila franca de Xira


 
Joaquim Martinho (JM) - Diga-nos o porquê de ser aficionada, e de onde vem esse gosto pela Tauromaquia?
Lisa Valadares Silva (LVS) - Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Afición Moderna em Portugal pela oportunidade que me estão a dar de divulgar a minha paixão pela festa brava.
Faço parte, com muito orgulho, de uma família de aficionados, no entanto a primeira vez que fui aos toiros remonta-me para à cerca de 3 anos atrás, a 15 de Agosto de 2008 na Malveira. Foi um dia que me marcou, e desde então a minha afición tem vindo a crescer! Assisti à corrida e a partir daí nunca mais me separei deste mundo dos toiros. Tudo me fascinou: a emoção que senti, a valentia dos intervenientes e a arte com que enfrentaram o oponente Foi amor à primeira vista!
O facto de ser natural de uma cidade com muita tradição na festa dos toiros também me levou a andar a gosto perante estas lides. Vila Franca de Xira, terra de toiros e toureiros.
Possivelmente a minha paixão pela tauromaquia não dá para explicar! Sente-se?

JM - Como aficionada, como vê o momento actual da festa em Portugal?
LVS - De ano para ano vemos o número de espectáculos a aumentar, o que não acredito que se verifique este ano devido à conjuntura económica actual; assistimos também ao aparecimento de novos nomes da festa, mais aficionados nas nossas praças, um maior número de jovens aficionados. Penso que a festa dos toiros está a crescer. No entanto, como nada na vida apresenta somente vantagens, creio que alguns novos nomes da festa que se vão apresentando ano após ano não conseguem romper devido à elevada concorrência existente.
Relativamente às manifestações anti-taurinas, que estão a aumentar progressivamente, acho que não reflectem qualquer obstáculo à continuidade da festa. Devemos deixar de nos preocupar em combater os anti-taurinos e proceder a uma união de toda a afición e lutar pela festa más culta que hay hoy en el mundo? (Garcia Lorca)

JM - Sei que recentemente frequentou o Curso de Formação Taurina para aficionados, organizado pelo Grupo Tauromáquico Sector 1, fale-nos um pouco dessa formação?
LVS - É verdade, foi com muito prazer que frequentei o Curso de Formação Taurina.
Vi as informações relativas ao curso na internet e pensei Por que não??. Achei que poderia ser uma mais-valia para mim enquanto aficionada, e assim foi.
É impossível qualificar e quantificar os conhecimentos que adquiri naquele salão do Grupo Tauromáquico Sector 1. Experiência esta que jamais esquecerei.

JM - Como aficionada que é, por certo tem os seus gostos, qual a variante do toureio que mais aprecia, a corrida à Portuguesa, com cavaleiros e forcados, ou a corrida a pé, e porquê? 
LVS - Se houvesse a opção corrida mista seria a minha escolha.
Fascina-me a corrida à portuguesa: a junção entre cavalo, Homem e animal bravo encanta-me, trata-se de uma tríade única e espectacular; também a valentia dos forcados me impressiona, enfrentando o toiro a peito aberto apenas por paixão à festa brava e orgulho pela jaqueta de ramagens que envergam.
Mas também o toureio a pé me leva às praças de toiros. É bela a ligação entre o toiro e o toureiro. Os capotazos e muletazos fazem-me abstrair de tudo o que me rodeia, ficando centrada apenas no desenvolvimento da faena. Certo é que o toureio a pé em Portugal não tem, na minha opinião, as oportunidades que deveria ter. Um jovem que queira singrar pela vertente do toureio apeado terá de passar sempre por praças de nuestros hermanos. Além de quem no nosso país não é permitido o tércio de varas, nem a sorte suprema, o que, para além de alterar os comportamentos do toiro, por este não ser picado, retira beleza à lide apeada, retira aquilo que por muitos é considerado o ponto mais alto da mesma, a morte do toiro.

JM - Por fim uma mensagem que queira enviar a todos os aficionados?  
LVS - Aos verdadeiros aficionados deixo a seguinte mensagem: continuemos a lutar pela nossa cultura, defendamos o que é a nossa tradição de há muitos anos. E que cada aficionado faça a sua parte em prol da tauromaquia.


Entrevistador: Joaquim Martinho
Entrevistado: Lisa Valadares Silva