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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Entrevista a Manuel Galvão


Manuel Galvão, de 39 anos, natural do Barreiro confessa-se um aficionado a 100% e muito critico em relação à actual Festa em Portugal.
Recebeu-me em sua casa, para falarmos um pouco sobre a Festa Brava na actualidade e olhar um pouco para o antigamente.


Segue-se a entrevista em baixo:

Pedro Sá de Oliveira (PSO) - Manuel, o que acha da actual Festa Brava em Portugal?
Manuel Galvão (MG) - Boa pergunta, Pedro! Ao ver o rumo que a Festa está a levar, deixa-me um pouco triste. Pessoas responsáveis pela festa, são as que estão a afundar mais a festa, é triste, mas é verdade. Sabe eu tenho 39 anos, e já vivi outros tempos da Festa, que era muito mais bonita e sem interesses. 

PSO - Falando dos responsáveis da festa, fala de empresários, críticos, jornalistas... A que ponto está a referir-se?
MG - Falo mesmo dos empresários, cada vez mais é só jogos de interesses, sabe eu estou um pouco por dentro desse meio e sei do que falo. Não falo em nomes, porque não faz parte da minha educação, mas essas situações deixa-me revoltado, porque a Festa podia estar muito melhor do que está. Não sei se reparou, mas em 2011 tem-se repetido alguns cartéis, sendo sempre os mesmos cavaleiros a actuar, e isso faz com que cada vez mais vá menos pessoas às praças.

PSO - Sinceramente não, Sr. Manuel. Está crítico em relação à repetição dos artistas em praça, acha que é um dos principais factores da diminuição de público nas praças Portuguesas? 
MG - Estou convicto, que é um dos principais factores, claro o principal é a crise que o País atravessa, daí virem também muitos toiros de Espanha, pois o mercado é mais barato.

PSO - É a favor dos toiros espanhóis serem lidados nas Praças Portuguesas?
MG - Sou e não sou, ou seja, toiros Portugueses também são lidados nas Praças Espanholas, mas em menos quantidade de curros. Esta temporada, à semelhança da anterior (2010), foram lidados muitos curros de toiros espanhóis nas nossas Praças, aí já não sou a favor. Eu defendo muito o ditado de que a qualidade paga-se. A temporada que passou foi vergonhosa, com certos curros de toiros espanhóis nas nossas Praças. Os nossos empresários deviam dar mais importância as nossas Ganadarias, para que consigam sobreviver, pois temos toiros de qualidade em Portugal.

PSO - Compreendo. Sr Manuel, deixando um pouco de lado a actual Festa, conte-me como era a Festa antigamente. Uma vez ter referido anteriormente que a Festa era mais bonita.
MG - Com todo o gosto, recordar é viver, e muitas pessoas que estão agora ligadas à Festa deviam pensar como era antigamente. Há 15 anos, a Festa tinha outro sabor, mais acolhedora, mais amiga, mais aficionada. Sabe antes, haviam menos corridas, mas corridas essas com mais qualidade, os artistas em praça tinham orgulho no que estavam a fazer, tinham amor a sua profissão. Hoje em dia também, mas não são todos!

PSO -Estive a analisar, e neste defeso muitas foram as praças a concurso. Imagine-se que concorria a uma Praça e a sua proposta foi a escolhida. O que faria para poder levar mais público às praças?
MG - (risos)... Pergunta difícil. Em primeiro lugar, iria estruturar um projecto, ver quantas corridas poderia dar na Praça. Depois iria apresentar este mesmo projecto às empresas locais, afim de conseguir bons patrocínios, para todas as corridas. Dava também oportunidade aos mais novos cavaleiros, para mostrarem o seu valor, sendo esse um Festival de grande importância. Enfim.. Ideias não iriam faltar.

PSO - À semelhança da pergunta anterior, sendo breve, deixe uma mensagem para a temporada que está à porta.
MG - O que gostava é que todas as empresas, praticassem preços populares em quase todas as corridas, uma forma de combater a crise e que os cartéis fossem mais variados.


Entrevistador: Pedro Sá de Oliveira
Entrevistado: Manuel Galvão