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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

I aniversário da Tertúlia Tauromáquica do Entroncamento "A Fenomenal"

Nos próximos dias 24 e 25 de Fevereiro, sexta-feira e sábado, a Tertúlia Tauromáquica do Entroncamento "A Fenomenal", vai celebrar o seu primeiro aniversário.
 
Na sexta-feira, dia 24 de Fevereiro, haverá uma festa, no bar Casa do Guarda em Torres Novas, com a presença do já famoso grupo "Los Tres Sangres", uma festa a que não podem faltar, e onde todos serão bem vindos. Já no sábado dia 25, haverá um almoço para os sócios da "Fenomenal" e respectivas famílias.



Por: Joaquim Martinho

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

V Festival Taurino de Solidariedade da "Abrigo" em Alcochete

Comunicado da Associação Pró Toiros na Linha

Chegou-me ao email um comunicado vindo da Associação Pró Toiros na Linha, na qual transcrevo na integra:

"Associação Pró Toiros na Linha!
Comunicado

No seguimento dos comunicados que vimos fazendo, a Comissão Instaladora da Associação Pró Toiros na Linha tem o prazer de anúnciar o seguinte:


1º Em data a anúnciar para o próximo mês de Março, será marcada uma Conferência de Imprensa para dar as primeiras informações oficiais à imprensa da especialidade (jornais, rádios, paginas e blogues) sobre o que temos vindo a realizar nos bastidores da Festa, quer em relação à formação da Associação e seu programa, quer em relação ao Projecto inerente a uma futura Praça de Toiros no eixo Oeiras/Cascais/Sintra!


2º No seguimento dessa Conferência de Imprensa iremos realizar um jantar de carácter informativo, num local a determinar, onde teremos muito gosto em divulgar em primeira mão aos aficionados que se mostrem interessados, quem compõe a Comissão Instaladora, quais os objectivos e qual o caminho que determinámos seguir para os atingir.


Contamos com todos para que todos possam contar connosco.


Aguardem breves noticias!



Melhores cumprimentos
A Comissão Instaladora. "

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Entrevista a Lisa Valadares Silva

Entrevista à aficionada Lisa Valadares Silva, de Vila franca de Xira


 
Joaquim Martinho (JM) - Diga-nos o porquê de ser aficionada, e de onde vem esse gosto pela Tauromaquia?
Lisa Valadares Silva (LVS) - Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Afición Moderna em Portugal pela oportunidade que me estão a dar de divulgar a minha paixão pela festa brava.
Faço parte, com muito orgulho, de uma família de aficionados, no entanto a primeira vez que fui aos toiros remonta-me para à cerca de 3 anos atrás, a 15 de Agosto de 2008 na Malveira. Foi um dia que me marcou, e desde então a minha afición tem vindo a crescer! Assisti à corrida e a partir daí nunca mais me separei deste mundo dos toiros. Tudo me fascinou: a emoção que senti, a valentia dos intervenientes e a arte com que enfrentaram o oponente Foi amor à primeira vista!
O facto de ser natural de uma cidade com muita tradição na festa dos toiros também me levou a andar a gosto perante estas lides. Vila Franca de Xira, terra de toiros e toureiros.
Possivelmente a minha paixão pela tauromaquia não dá para explicar! Sente-se?

JM - Como aficionada, como vê o momento actual da festa em Portugal?
LVS - De ano para ano vemos o número de espectáculos a aumentar, o que não acredito que se verifique este ano devido à conjuntura económica actual; assistimos também ao aparecimento de novos nomes da festa, mais aficionados nas nossas praças, um maior número de jovens aficionados. Penso que a festa dos toiros está a crescer. No entanto, como nada na vida apresenta somente vantagens, creio que alguns novos nomes da festa que se vão apresentando ano após ano não conseguem romper devido à elevada concorrência existente.
Relativamente às manifestações anti-taurinas, que estão a aumentar progressivamente, acho que não reflectem qualquer obstáculo à continuidade da festa. Devemos deixar de nos preocupar em combater os anti-taurinos e proceder a uma união de toda a afición e lutar pela festa más culta que hay hoy en el mundo? (Garcia Lorca)

JM - Sei que recentemente frequentou o Curso de Formação Taurina para aficionados, organizado pelo Grupo Tauromáquico Sector 1, fale-nos um pouco dessa formação?
LVS - É verdade, foi com muito prazer que frequentei o Curso de Formação Taurina.
Vi as informações relativas ao curso na internet e pensei Por que não??. Achei que poderia ser uma mais-valia para mim enquanto aficionada, e assim foi.
É impossível qualificar e quantificar os conhecimentos que adquiri naquele salão do Grupo Tauromáquico Sector 1. Experiência esta que jamais esquecerei.

JM - Como aficionada que é, por certo tem os seus gostos, qual a variante do toureio que mais aprecia, a corrida à Portuguesa, com cavaleiros e forcados, ou a corrida a pé, e porquê? 
LVS - Se houvesse a opção corrida mista seria a minha escolha.
Fascina-me a corrida à portuguesa: a junção entre cavalo, Homem e animal bravo encanta-me, trata-se de uma tríade única e espectacular; também a valentia dos forcados me impressiona, enfrentando o toiro a peito aberto apenas por paixão à festa brava e orgulho pela jaqueta de ramagens que envergam.
Mas também o toureio a pé me leva às praças de toiros. É bela a ligação entre o toiro e o toureiro. Os capotazos e muletazos fazem-me abstrair de tudo o que me rodeia, ficando centrada apenas no desenvolvimento da faena. Certo é que o toureio a pé em Portugal não tem, na minha opinião, as oportunidades que deveria ter. Um jovem que queira singrar pela vertente do toureio apeado terá de passar sempre por praças de nuestros hermanos. Além de quem no nosso país não é permitido o tércio de varas, nem a sorte suprema, o que, para além de alterar os comportamentos do toiro, por este não ser picado, retira beleza à lide apeada, retira aquilo que por muitos é considerado o ponto mais alto da mesma, a morte do toiro.

JM - Por fim uma mensagem que queira enviar a todos os aficionados?  
LVS - Aos verdadeiros aficionados deixo a seguinte mensagem: continuemos a lutar pela nossa cultura, defendamos o que é a nossa tradição de há muitos anos. E que cada aficionado faça a sua parte em prol da tauromaquia.


Entrevistador: Joaquim Martinho
Entrevistado: Lisa Valadares Silva

Festa na Amareleja

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Entrevista a Rui Souto Barreiros

Para primeira intervenção neste projecto, do qual estou muito orgulhosa de poder fazer parte, gostaria de entrevistar a pessoa que vi e vejo como um ícone da nossa Tauromaquia. Para muitas não será novidade, mas não pude deixar de fazê-la.
Assim vos deixo, com as queridas palavras com que Rui Souto Barreiros, nos presenteou.


Mariana Oliveira Moreira (MOM) - Como forcado e posteriormente como cabo, o que nos tem a dizer, desses anos que esteve envolvido na Festa? Rui Souto Barreiros (RSB) -     Como pode calcular, em quase quarenta anos, ligado às lides, muita coisa há para dizer. Umas boas, outras assim assim, também algumas más, mas felizmente, as boas e muito boas foram em número muito maior que as outras.
      Como a resposta não caberia nesta entrevista, eu prometo que lhe vou respondendo aos poucos, até para lhe dar ideias par outros temas. No entanto, não deixo de lhe dizer, que foi muito bom e reconfortante o que vivi na Festa.


MOM - Depois dessa breve introdução, gostaria que nos dissesse quais as diferenças que sente na Festa de hoje, com a do seu tempo? 
RSB -    As diferenças são várias. Umas para melhor, outras para pior.
      Como também aqui, a resposta completa seria muito longa, digo-lhe apenas duas diferenças. As restantes ficam para depois, na medida em que cada uma, como diz o Povo, tem pano para mangas.
      Uma diferença, está na qualidade das Ganadarias que, de uma maneira geral, actualmente têm melhor qualidade. No meu tempo ,ainda apanhei ganadarias de casta Portuguesa e em cheio, a transição para a casta Espanhola.
     Outra diferença, está na falta de qualidade e de conhecimentos, de muitos dos intervenientes de hoje, na nossa Festa. Aqui há muito a melhorar. Por exemplo, as voltas à arena, só serem dadas a pedido do público e não, decididas pelo toureiro. O Público tem que ser respeitado.


MOM - Os Forcados de hoje em dia, são mais reconhecidos do que no seu tempo? O que tem a dizer sobre isso?
 RSB -   Os que têm qualidade, são sempre reconhecidos.
      Não serão tanto, como no meu tempo, não por falta de qualidade, mas porque nós éramos muito menos que hoje e, além disso, todas as semanas, a RTP, estava a transmitir corridas de toiros. Não eram só as corridas do Campo Pequeno e
     assim sendo, os de primeiro plano, todas as semanas entravam pela casa das pessoas.


MOM - Como Forcado que foi, em tempos que existiam poucos Grupos, o que diz, de termos no activo 50 Grupos a pegar?
RSB -     Eu compreendo, que a juventude das povoações com Praça de Toiros, queiram um Grupo na sua terra. Mas isso, acho que está a ser prejudicial para a Festa, na medida em que leva a maioria dos Grupos, a fazerem poucas corridas por época. Assim sendo, os elementos desses Grupos que tinham condições para poderem sobressair, acabam por passar ao lado de uma possível boa carreira, por falta de oportunidades.
     Atendendo ao número de corridas que se efectuam por ano, penso que metade, seria o número ideal para os Grupos. Todos ficariam a ganhar. Os Grupos, pelo aumento da qualidade dos mesmos e o Público pela melhoria do espectáculo.


MOM -  Para muitos aficionados, é considerado um dos ícones da forcadagem, bem como um sabedor nato de Tauromaquia. Gostaríamos de saber, como se sente ao ver, por diversas vezes, a nossa Festa às turras? RSB -     Obviamente que me sinto muito mal. Os que gostam de andar às turras, só demonstram aquilo que disse atrás, falta de conhecimento do que falam. Se estivessem calados, prestariam um grande serviço à nossa Festa, pois não lhe fariam mal.
      Mas a vaidade, cega as pessoas, e é vê-los por aí, em bicos de pés e de braço no ar, para que reparem neles. De outra forma, como não têem valor, passariam despercebidos e isso, não lhes interessa. Enfim, são sinais do tempo.


MOM - Enquanto Forcado, teve o privilégio de se fardar com irmãos ,primos e filho. Neste momento, tem o privilégio de poder acompanhar, o seu neto mais velho, a iniciar-se nesta tão nobre arte. Gostaríamos que nos dissesse, quais as sensações.  RSB -    Muito, muito, e sempre muito medo. Por maior que seja a confiança, no valor e qualidade deles. Por maior que seja a convicção num triunfo, lá bem no fundo, está escondido e sempre pronto a atacar, um malandro e velhaco que não nos larga, e que tem por nome: MEDO.

MOM - Existe alguma história marcante, que ainda o acompanhe nos dias de hoje, que nos possa contar?   RSB -   Sim, nestas andanças existem sempre muitas histórias para contar.
     Esta passou-se num Festival Taurino, realizado no dia 25 de Outubro de 1964,em Santarém.
     Eu fui pegar um toiro, consegui pô-lo a arrancar-se de muito largo, fechei-me bem com ele e a certa altura o toiro, com a embalagem que trazia de mais de meia praça, desequilibrou-se, afocinhou e deu uma cambalhota completa, sem que eu me largasse. Claro está, que a pega resultou muito espectacular por invulgar. No final da corrida, estava fora da Praça, numa daquelas mini-tertúlias que se formam, a comentar o sucedido. A certa altura, começamos a ouvir alguém a pedir licença
para passar. Um senhor, já entrado na idade, muito bem vestido e com o chapéu à Mazzantinni, chegou-se junto de mim, pôs-me a mão em cima do ombro e disse-me:
     Como os amigos podem ver, já cá ando nisto há muitos anos. Por isso, não podia deixar de vir aqui dar-lhe um abraço, porque foi a primeira vez, que vi um homem agarrar num toiro, e espetar com aquela merda toda no chão. Dito isto, deu-me um grande abraço e lá foi todo feliz da vida.


MOM - Como grande aficionado que é, diga-nos qual o cartel que gostaria de ver numa corrida?
RSB -     Sempre defendi e defendo, que o modelo de corrida mais indicado para Portugal ,é a corrida mista e assim sendo, cá vai o cartel:
     Cavaleiros -     Maestro João Moura (à moda antiga) e o jovem Duarte Pinto
     Espadas     -     José Tomás e Alexandre Talavante
     Forcados   -   O Grupo do meu neto Aposento da Chamusca
     Ganadaria  -    De toiros a pedirem contas: Manuel Assunção Coimbra
    Com um cartel destes ,o público não adormece.



MOM - Muito se tem falado, nesta crise que nos castiga, bem como desta nova de petições geradas por anti-taurinos. Qual a sua opinião, sobre estes dois assuntos?
RSB -     Em relação à crise, não podemos ignorá-la. Ela é real e, vai concerteza, trazer muitos problemas para a nossa Festa.
     Os aumentos de custos, de tudo que envolve a Festa, como por exemplo a criação do toiro, junto com a diminuição do poder de compra, da grande maioria das pessoas, vai trazer grandes dores de cabeça às entidades envolvidas neste mercado.
     Em relação aos anti-taurinos, não podemos ignorá-los .Por detrás deles, existe um lóbi fortíssimo, ligado à comercialização de alimentos, medicamentos e diversos materiais e produtos para a criação e manutenção de animais de estimação e companhia. Esta gente utiliza a mentira, para atingir os seus fins. Nas manifestações, recorre não só aos profissionais da arruaça, mas também, aquela juventude que é paga à dose, a troco de fazer barulho.
     Até conseguiram que, uma grande parte de Veterinários, deixassem de o ser, e passassem a ser meros negociantes de Veterinária. Não podemos ignorar, de que se trata de um negócio de muitos milhões por mês.
     Sem dúvida, há que lhes fazer frente, desmascarando-os.


MOM - Para terminar, que mensagem quer deixar à nossa aficion?
RSB -      Não nos podemos deixar adormecer. O bom resultado obtido na AR, obriga-nos a trabalhar, no sentido de levarmos os nossos políticos a, de uma vez por todas, perceberem e respeitarem, não só o espectáculo taurino, mas também, toda
     a sua envolvente. E verem, que a nossa Festa, não é de meia dúzia de pessoas, mas sim, de todo um Povo que, mais que tudo, merece ser respeitado.

Entrevistadora: Mariana Oliveira Moreira
Entrevistado: Rui Souto Barreiros

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Artigo de Bernardo da Costa (Mesquitella)

O  cavalo Puro Sangue Lusitano

A raça “ Puro Sangue Lusitano, mais conhecido por Cavalo Lusitano tem a sua origem nos cavalos primitivos da Península Ibérica, tendo recebido também alguma influência de sangue árabe e de cavalos do Norte de África. Ao longo dos séculos sofreu uma selecção para caça, combate, toureio, arte equestre e tiro leve, dependendo da região onde foi criado e a utilização a que foi submetido. É ainda o mais antigo cavalo de sela do mundo.
Reconhecido por Gregos e Romanos durante a antiguidade como o melhor cavalo de combate e de sela do mundo. Figurou também como o cavalo de lazer preferido das casa reais europeias durante toda a idade média, exercendo enorme influência na formação do Puro Sangue Inglês.
A raça de cavalo Lusitano foi oficializada com a criação do Stud Book do PSL em 1967. As características do Puro Sangue Lusitano são definidas muito mais pelas suas aptidões funcionais. Daí vêm a agilidade e flexibilidade seleccionadas pelo toureio a cavalo e pela guerra ou guerrilha, a inteligência, poder de reunião e maleabilidade pela arte equestre, e a empatia e companheirismo seleccionados por mais de cinco mil anos de equitação.
A sua raridade resulta de um pequeníssimo efectivo de cerca de 2000 éguas produtoras. Em Portugal, berço da raça, estão apenas em produção cerca de 1000 éguas, no Brasil 600, em França 200, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América. Hoje o efectivo da Raça Lusitana está em crescimento, sobretudo na Europa e no Brasil, onde há uma extraordinária progressão em quantidade e qualidade. Entre nós, a qualidade geral da produção tem aumentado muito, e tudo leva a crer que se venham a estabelecer novas linhas dentro da Raça, contribuindo para o seu progresso e assegurando a sua vitalidade. É hoje um produto de exportação de excelência.

Bernardo da Costa (Mesquitella)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Comunicado

Caríssimos,

É com enorme felicidade que vos escrevo. Até ao dia de hoje recebi inúmeras candidaturas de aficionados/as disponíveis para colaborar com o projecto. Fiz uma escolha devido à apresentação que me fizeram e valorizei imenso o conhecimento de cada pessoa dentro da Tauromaquia. Não irei fechar de todo as candidaturas, ficarei a receber na mesma, mas por agora não consigo colocar mais colaboradores, uma vez estar em conversas com mais dois possíveis colaboradores. Todas as candidaturas que vou recebendo, vão ficar em Base de Dados, para um Futuro contacto e possível entrada para a equipa.
Quando publiquei a informação de que estava a precisar de 2/3 colaboradores, nunca imaginei que ia chegar a este número de candidaturas que recebi. 
Quero agradecer a Miguel Alvarenga, director do Farpas Blogue (www.farpasblog.blogspot.com), pela fantástica ajuda que tem dado ao meu/nosso projecto e deixo também um obrigado a Hugo Teixeira director do Blogue (www.diariotaurino.blogspot.com), pela publicação no seu blogue, a informar da existência deste projecto.
A nossa equipa, já está a trabalhar em prol do projecto, a que se destina este blogue, para levar este mesmo projecto a níveis mais vistosos dentro da Tauromaquia.

A todos um bem haja,

Pedro Sá de Oliveira

Entrevista a João Soller Garcia

  João Soller Garcia, cavaleiro praticante, não pensa para já em tornar-se cavaleiro com Alternativa. Refere ainda que irá agarrar todas as oportunidades que surgirem dentro ou fora de Portugal.

Segue-se a entrevista:





Bernardo Mesquitella (BM) - João Soller Garcia, sobrinho-neto de Manuel Conde, filho de um grande aficionado, sempre ligado aos cavalos. Até que ponto isto o influenciou ?

João Soller Garcia (JSG) - Influenciou muitíssimo claro, desde muito pequeno que estou rodeado de cavalos que sempre foram a minha paixão. Para dizer a verdade nem me lembro quando comecei a montar, tendo sido o meu pai e a referência do meu tio Manuel os meus grandes impulsionadores.

BM - O João é cavaleiro praticante, está prevista a Alternativa para breve ?
 
JSG -  A alternativa é um passo muito importante para um cavaleiro e o momento que atravessamos não    está fácil, havendo muitos cavaleiros e poucas oportunidades. Quero consolidar-me como cavaleiro praticante e depois então partir para a alternativa, mas penso que não está muito longe esse passo tão marcante.

BM - A temporada de 2012 terá por certo menos espectáculos, devido à conjuntura actual. O que espera para este ano !

JSG - Como eu disse atrás, não está nada fácil, vou ter a oportunidade de ir tourear várias corridas à Califórnia e em Portugal agarrarei todas as oportunidades que surgirem, porque só assim se consegue vencer nesta tão encantadora arte.

BM - A quadra de cavalos é fundamental para um cavaleiro. Há novidades nesta matéria ?

JSG -  A quadra de cavalos é tudo para um toureiro, sem ela não somos nada. Tenho duas novidades, um lusitano puro que é bastante fácil e que pode vir a ser um bom cavalo de bandarilhas, e um anglo-árabe bastante arranjado, com muito poder e que tem tudo para fazer um toureio com muita verdade.

BM – Quer deixar uma mensagem para a Aficion ?

JSG - Que não deixem de ir aos toiros, e que apostem nos novos valores. Parabéns ao vosso blog, mais um sobre Tauromaquia. Muito obrigado e uma excelente temporada para todos.


Entrevistador: Bernardo Mesquitella
Entrevistado: João Soller Garcia
Foto: portal google (taurodromo.com)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Festa do Forcado


Dias 16 e 17 de Março a Terra Brava em parceira com o Campo Pequeno apresentam no tauródromo lisboeta a grande FESTA do FORCADO.


Hoje recebemos a notícia, da festa do Forcado. O blogue não é informativo, mas esta notícia é de interesse geral.
Por: Bernardo Mesquitella

Gustavo Pinto Basto - És História e Tradição

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Por António Pinto Basto

ÉS HISTÓRIA E TRADIÇÃO

Letra de: Maria Teresa Grave
Música de: Gustavo Pinto Basto


Toiro de raça bravia,
teu corpo bem modelado
é cartel de alegria
nas dobras do verde prado.

Nas dobras do verde prado,
na lezíria ou na campina,
toiro bravo, bem modelado
que todo o prado domina.

Eh toiro! Eh toiro lindo!
Hão-de aplaudir e gritar
quando chegar esse dia,
quando esse dia chegar.

Se és nobre por natureza,
senhor da tua vontade,
quanto maior a nobreza,
maior a tua humildade!

Sem entender a razão
mas orgulhoso da raça,
tu enfrentas decidido
o desafio na praça.

Tua fama já tem história,
és história e tradição,
se não me falha a memória,
já foste veneração!

Eh toiro! Eh toiro lindo!

Artigo de Bernardo da Costa ( Mesquitella )

O Toiro de Lide – Algumas considerações

O Toiro de Lide é cultura genética.
É um animal criado pelo homem, destinado exclusivamente ao espectáculo tauromáquico. Aquilo que o distingue, no universo da raça bovina, é uma mistura de atributos físicos e temperamentais. Ao toiro de lide exige-se a bravura, resultado da combinação equilibrada entre a casta e a nobreza. Sem uma das duas, o resultado só pode ser a mansidão, o que dificulta sobremaneira a lide.
 
Impressionante o trapio deste toiro PALHA (Foto FRANCISCO ROMEIRAS “in Palha “)
O trapio é o que impressiona, é o que nos salta à vista. Diz-se que um toiro tem trapio quando reúne as qualidades morfológicas e as condições físicas de um verdadeiro atleta. Os principais rasgos morfológicos para determinar o trapio de um toiro são o tamanho e o peso, a estatura, a conformação do tronco, extremidades, cabeça, cachaço e os cornos.
É um animal que busca a segurança e refúgio numa manada. Depois do nascimento e antes de ser desmamado, o bezerro viverá cerca de nove meses alimentado e protegido pela mãe. Dado que a sua madureza sexual se produz aos dezasseis meses aproximadamente, pouco depois de um ano separam-se os machos e as fêmeas, que a partir desse momento viverão em cercas distintas.
As diferentes idades do toiro de lide têm nomes específicos : añojos ( 1 ano) , erales ( 2 anos) , utreros ( 3 anos) , cuatreños ( 4 anos) e cinqueños ( 5 anos ). Numa manada estabelece-se uma rigorosa hierarquia. Chama-se mandõn ao toiro dominante e que se impõe. Com certa frequência é desafiado por outro membro do grupo para arrebatar-lhe a liderança. Ao toiro derrotado denomina-se abochornado e é atacado e perseguido pelo resto da manada, ficando afastado da mesma tornando-se violento e perigoso. O custo da criação de um toiro de lide é bem mais alto que do gado de corte e o preço do destino final (corrida de toiros) depende da qualidade e do prestígio da ganadaria.
Existem actualmente, no nosso país, cerca de 110 ganadarias, que empregam cerca de 350 pessoas, entre maiorais, campinos e outros trabalhadores. O toiro de lide é, a par do cavalo lusitano, que muito se desenvolveu graças ao primeiro, das poucas indústrias pecuárias que Portugal exporta para o mundo taurino.
É o elemento principal de uma corrida , verdadeiramente excepcional em todo o reino animal, e tão admirado hoje como sempre o foram os seus antepassados. Hoje apenas existe para a lide e sem as corridas de toiros deixaria de existir. A proibição das corridas de toiros, defendida por algumas associações menos esclarecidas, implicaria por isso, para além do fim de um património artístico e cultural de valor inestimável, a extinção de uma espécie e a consequente perda de todo um ecossistema que, hoje só existe e se mantém graças ao toiro de lide.

Bernardo da Costa ( Mesquitella )

Entrevista a João Silva

João Silva, Director do site Sol e Sombra e também prestigiado fotógrafo taurino é hoje um exemplo a seguir. Fiz questão de o entrevistar, na qual surgiu uma entrevista giríssima sobre o seu site e claro a Fotografia Taurina.

Segue-se a entrevista em baixo:




Pedro Sá de Oliveira (PSO) - João, fale-me um pouco de uma forma detalhada como tudo começou, na criação do seu site e quando começou a dar os primeiros passos na fotografia taurina.

João Silva (JS) - Tenho dois sites, o www.solesombra.net que está mais direcionado para dar noticias e promover as corridas de toiros e os toureiros
e tenho um outro, www.joaosilva.smugmug.com que serve mais como portfólio, onde os aficionados e toureiros vão escolher as fotos que qurem adquirir.

PSO - Quais foram as praças de maior importância que esteve presente a fazer a sua reportagem fotográfica?
JS - As praças de maior importância para mim por onde fotografei até aos dias de hoje, em Espanha, posso referir Jerez de La Frontera, Ronda e Olivenza
Em Portugal são muitas, a começar pelo Campo Pequeno, o Montijo (que é a minha terra), Alcochete, Moita, Évora, Vila Franca de Xira, Santarém, Évora,
Coruche e tenho um carinho muito especial pela praça de tentas do Cabo da Lezíria em Vila Franca de Xira,
pois foi onde fotografei pela primeira vez mais a sério.


PSO - Estive presente na última corrida em Vila Franca de Xira, e reparei na existência de fotógrafos presentes, é de acordo com a enorme quantidade de fotógrafos?
JS - Isso é uma questão muito pertinente, a mim pessoalmente não me incomoda nada que aparecem fotógrafos todos os dias,
penso que a concorrência é salutar e faz falta, desde que venham para promover e respeitar a festa dos toiros, "o que nem sempre acontece"
e não venham com a ideia de estragar o negócio aos outros, pois infelizmente alguns colegas meus fotografam a troco de nada,
acabando por estragar o negócio a quem tenta levar esta profissão de uma forma digna. 
Por outro lado o tempo acaba por fazer a sua própria selecção e a pouco e pouco alguns vão
saindo, pois quando aparecem pensam que isto é um mar de rosas e na realidade, às vezes é um caminho muito penoso.
Ainda as empresas taurinas terão de ter uma palavra no assunto e atentas a quem passam as acreditações.


PSO - Certamente que para estar presente em quase todas as corridas o montante gasto não será pouco, a nível monetário.
Tem alguma ajuda para poder deslocar-se?
JS - Gostava de estar presente em todas as corridas, mas isso é de todo impossível, faço uma média de 100 corridas por temporada.
Os gastos estão incontroláveis com os preços dos combustiveis. Como tenho a sorte de trabalhar para duas revistas das mais conceituadas
no mundo taurino, a "Aplausos" e a "Novo Burladero" e mais as fotos que vendo a toureiros e aficionados,
vou conseguindo equilibrar as contas, mas não vou ficar milionário a fotografar corridas de toiros de certeza.


PSO - O que espera da presente temporada?
JS - Espero que nesta temporada as empresas apresentem cartéis sérios e bem rematados, que os toureiros dignifiquem as suas profissões,
que as praças de toiros tenham boas assistências e que eu e os meus colegas façamos boas reportagens fotográficas. 


PSO - Já é como o vinho do Porto, a próxima questão, mas claramente que todos os aficionados ao lerem a sua entrevista gostariam de saber.
Qual a mensagem que deixa a todos os aficionados?
JS - A mensagem que posso deixar aos aficionados é simples, que continuem a frequentar as nossas praças de toiros, pois sem aficionados
é impossivel haver corridas de toiros e as corridas de toiros são das coisas mais importantes na minha vida presentemente, e já agora
que me continuem a comprar fotografias (risos).


Entrevistador: Pedro Sá de Oliveira
Entrevistado: João Silva

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Procuro Colaboradores

Aficionados,

Procuro 2/3 pessoas para ajudar-me nas entrevistas, pessoas essas com capacidade de entrevistar, afim de conseguir o maior número de entrevistas. Aos interessados peço o favor de enviar-me um email. 
Acrescento que os colaboradores não serão remunerados, mas ficam com o nome e foto no blogue.

Pedro Sá de Oliveira

 

Antonio Chenel Albadalejo “Antoñete”

Fonte: http://comunidade.sol.pt/blogs/Tordesilhas/default.aspx

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Entrevista a Miguel Alvarenga

Miguel Alvarenga, director do Farpas Blogue, conta toda a história em torno do seu blogue. Explica também todo o processo do novo Jornal que promete ser mais um sucesso. Para finalizar, crítico, deixa uma mensagem a todos os aficionados. 


 Segue-se a entrevista em baixo:





Pedro Sá de Oliveira (PSO) - O Jornal Farpas, já é parte do passado. Entretanto deu continuidade e muito bem, ao seu blogue (Farpas Blogue). Diga-me como tudo começou, falando do antigo jornal Farpas e efectivamente do actual Blogue.

Miguel Alvarenga (MA) -  “Farpas” era o nome da secção que iniciei no início dos anos 80, no semanário “O Crime”. Eram duas páginas diferentes do que até então se fazia na imprensa taurina, onde se contavam as novidades que o público queria saber e não as notícias “institucionais”. Rapidamente se tornou uma coluna popular, que os aficionados esperavam todas as semanas. Mais tarde, em 1991, as “Farpas” passaram para o jornal que então lancei, o semanário “O Título” e há quinze anos esse passou a ser o título do jornal que fundei e cuja publicação se interrompeu em Agosto do ano passado. Tudo na vida tem um tempo e considerei que era altura de renovar por completo o jornal. Além disso, precisava de tempo para escrever o meu livro, intitulado “A História da Minha Prisão”, referente ao período que passei detido, aos fins-de-semana, no Linhó, por um “crime” de “liberdade de imprensa” e que neste momento está praticamente concluído, faltando apenas dar-lhe as “pinceladas” finais. Entretanto já tinha iniciado o blogue, eu que sou o mais avesso possível a tecnologias modernas, internet’s e essas coisas todas. E neste momento é o que faço. Sou “bloguista”… embora primeira seja jornalista. Nunca imaginei, confesso, que o “Farpas Blogue” tivesse o sucesso que teve. Sabia que ia ser lido, confesso também, sem falsas modéstias, mas não me passava pela cabeça que tivesse as visitas diárias que tem. Por isso, penso que é de continuar. E vou continuá-lo, se bem que de vez em quando precise de “abrandar” um pouco o ritmo de trabalho, se não, não faço mais nada e dou em doido… 

PSO -  Tenho estado a ler e falar com imensas pessoas acerca do novo jornal Farpas. Conte-me de forma detalhada qual o novo projecto, o que irá haver de novo.

MA - O novo jornal chamar-se-à “Novo Farpas” ou não, pode ter outro título. É neste momento o que se está a decidir. A data de saída prevista é o próximo dia 12 de Abril, data da inauguração da temporada no Campo Pequeno. Neste nomento há pela frente Fevereiro e Março para decidir tudo e pôr o comboio em marcha. O projecto está mais ou menos delineado. Será um jornal com mais páginas e uma capa em estilo de revista, com mais secções, com mais colaboradores e com uma equipa que mantém alguns dos companheiros antigos e estreia novos. Um projecto de todos e para todos. Em prol da Festa, claro e onde terão cabimento todas as correntes e todas as opiniões, nomeadamente as das associações e intituições da nossa tauromaquia. A ideia é deixar um pouco de parte as polémicas e fazer um jornal abrangente. Não é uma “viragem” no conteúdo e na minha forma de estar. Sempre fui polémico e “burro velho não aprende línguas”, mas as grandes polémicas vão ficar no blogue. O novo jornal vai ter que agradar a todos. Há também neste novo projecto, obviamente, não propriamente um acto de contrição da minha parte, mas uma maturidade maior, estilo como que diz: “já chega”, agora vamos fazer um jornal diferente, onde não falta algum “picante” que agrada à maioria, mas onde exista consenso que reúna também as minorias. Todos, numa só palavra. Vai ser um jornal atraente, diversificado, em suma, um jornal giro. Mas diferente. Porque a diferença tem sido a minha marca. Nunca fui nem quis ser melhor ou pior que os outros, mas gostei sempre de marcar a diferença. Não sei ainda se serei o director do novo jornal, provavelmente não. Claro que terei nele a maior intervenção a nível editorial e jornalístico, mas já estou meio cansado de “dirigir” jornais e preciso de tempo para outros projectos, não taurinos, que me proponho realizar nos próximos tempos.

PSO - Qual a sua opinião sobre a actual Festa Brava em Portugal, tendo ela um decréscimo em relação a anos anteriores. Quais os factores na sua opinião que levam a toda esta situação.

MA - O decréscimo, na minha opinião, terá que ver com o número de espectáculos e não propriamente com o entusiasmo que a Festa Brava está a ter cada vez mais, sobretudo nas camadas mais jovens e para isso foi fundamental a reabertura do Campo Pequeno que, não tenho dúvidas, foi responsável pelo nascimento de novos aficionados. Mais tarde ou mais cedo, com crise ou sem ela, o número exagerado de espectáculos que se estava a dar por ano em Portugal tinha obrigatoriamente que ser reduzido. Acompanhei o nascer e o evoluir de muitos toureiros e sempre tive a opinião de que a qualidade deveria sempre prevalecer em relação à quantidade. Infelizmente, há apoderados e toureiros que assim o não entendem e que toureiam todos os dias em todo o lado. A nossa geografia taurina e a do próprio país é muito curta. As praças estão a vinte, trinta quilómetros umas das outras e os toureiros são sempre os mesmos em todo o lado. Isso cansa. É o mesmo que irmos ao cinema quatro vezes por semana ver sempre o mesmo filme… Mas para responder concretamente à sua questão, considero que a Festa pouco tem evoluído nos últimos anos. Depois de Mestre João Núncio, apareceu Mestre Batista, Zoio, depois Moura, depois Salgueiro, depois Rui Fernandes e pelo meio, muitos. Muitos e bons. O Emídio Pinto, o Manuel Jorge de Oliveira, o João e o António Telles, o Bastinhas, o Salvador, o Rouxinol, sei lá, tantos. Hoje em dia, há uma fornada imensa de novos cavaleiros e não há meio de um deles romper em força. Há muitos filhos de toureiros bons mas que, na minha opinião, por muito bons que sejam, ainda não conseguiram ser melhores que os pais e o problema é que os pais ainda aí estão e isso dá sempre azo a comparações que acabam por sem complicadas para os júniores… Acho que estamos urgentemente precisados de um abanão forte, de alguém que o dê. Pode ser um cavaleiro de dinastia ou não. Não é obrigatório ter nome de dinastia. Toda a vida, em toda a história, apareceram em Portugal, em Espanha, etc, toureiros de dinastia. Mas os toiros “sabem” pouco de apelidos e são quem os põe no sítio, a verdade é essa, doa a quem doer. Quanto ao toureio a pé, continuo na minha: houve nos últimos trinta anos um Vitor Mendes, felizmente ainda há, está aí para dar e durar… e não voltou a aparecer outro. Há muitos, alguns “promissores” há muitos anos, mas o toureio a pé não anda nem desanda, essa é a triste realidade. De forcados nem vale a pena falar. São os últimos românticos da Festa, são o nosso maior cartaz em termos tauromáquicos para os estrangeiros que nos visitam. Neste momento há grupos a mais e muitos grupos que não têm razão de existir. Penso que terá que aparecer o toiro-toiro (que não tem sido muito visto por aí…) para que haja de novo uma selecção de grupos. No que respeita ao toiro, penso que é o maior dos problemas. Com a criação dos “nhoc-nhoc”, como muito bem lhes chamou um dia o João Salgueiro, a emoção tem andado arredada das arenas. Hoje é mais um espectáculo, também há quem goste, não duvido, mas a Festa deixou de ter o perigo e a emoção que tinha antigamente. E isso faz falta. Quanto aos empresários, há bons empresários, mas faltam empresários como os que havia antigamente. Não é ser saudosista nem dizer que naquele tempo é que era melhor, mas acho que fazem falta hoje empresários como Manuel dos Santos, Alfredo Ovelha, Manuel Gonçalves e outros que não sendo do meu tempo, como José Guerra, continuam a ser referências. Mas como tudo mudou, é natural que o “sistema” também mude e tudo hoje seja diferente.  

PSO - Para finalizar, qual a sua mensagem para todos os aficionados?

MA - Uma e só uma: unam-se, deixem-se de tricas, deixem de fingir que são muito amiguinhos e depois andarem às facadas nas costas uns aos outros. Isto é um meio complicadíssimo, um meio de vaidades, de ilusionismos, de farsas, de “impostorices”, como se costuma dizer. E é pena.


Entrevistador: Pedro Sá de Oliveira
Entrevistado: Miguel Alvarenga

Novos cartéis


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Entrevista a Manuel Galvão


Manuel Galvão, de 39 anos, natural do Barreiro confessa-se um aficionado a 100% e muito critico em relação à actual Festa em Portugal.
Recebeu-me em sua casa, para falarmos um pouco sobre a Festa Brava na actualidade e olhar um pouco para o antigamente.


Segue-se a entrevista em baixo:

Pedro Sá de Oliveira (PSO) - Manuel, o que acha da actual Festa Brava em Portugal?
Manuel Galvão (MG) - Boa pergunta, Pedro! Ao ver o rumo que a Festa está a levar, deixa-me um pouco triste. Pessoas responsáveis pela festa, são as que estão a afundar mais a festa, é triste, mas é verdade. Sabe eu tenho 39 anos, e já vivi outros tempos da Festa, que era muito mais bonita e sem interesses. 

PSO - Falando dos responsáveis da festa, fala de empresários, críticos, jornalistas... A que ponto está a referir-se?
MG - Falo mesmo dos empresários, cada vez mais é só jogos de interesses, sabe eu estou um pouco por dentro desse meio e sei do que falo. Não falo em nomes, porque não faz parte da minha educação, mas essas situações deixa-me revoltado, porque a Festa podia estar muito melhor do que está. Não sei se reparou, mas em 2011 tem-se repetido alguns cartéis, sendo sempre os mesmos cavaleiros a actuar, e isso faz com que cada vez mais vá menos pessoas às praças.

PSO - Sinceramente não, Sr. Manuel. Está crítico em relação à repetição dos artistas em praça, acha que é um dos principais factores da diminuição de público nas praças Portuguesas? 
MG - Estou convicto, que é um dos principais factores, claro o principal é a crise que o País atravessa, daí virem também muitos toiros de Espanha, pois o mercado é mais barato.

PSO - É a favor dos toiros espanhóis serem lidados nas Praças Portuguesas?
MG - Sou e não sou, ou seja, toiros Portugueses também são lidados nas Praças Espanholas, mas em menos quantidade de curros. Esta temporada, à semelhança da anterior (2010), foram lidados muitos curros de toiros espanhóis nas nossas Praças, aí já não sou a favor. Eu defendo muito o ditado de que a qualidade paga-se. A temporada que passou foi vergonhosa, com certos curros de toiros espanhóis nas nossas Praças. Os nossos empresários deviam dar mais importância as nossas Ganadarias, para que consigam sobreviver, pois temos toiros de qualidade em Portugal.

PSO - Compreendo. Sr Manuel, deixando um pouco de lado a actual Festa, conte-me como era a Festa antigamente. Uma vez ter referido anteriormente que a Festa era mais bonita.
MG - Com todo o gosto, recordar é viver, e muitas pessoas que estão agora ligadas à Festa deviam pensar como era antigamente. Há 15 anos, a Festa tinha outro sabor, mais acolhedora, mais amiga, mais aficionada. Sabe antes, haviam menos corridas, mas corridas essas com mais qualidade, os artistas em praça tinham orgulho no que estavam a fazer, tinham amor a sua profissão. Hoje em dia também, mas não são todos!

PSO -Estive a analisar, e neste defeso muitas foram as praças a concurso. Imagine-se que concorria a uma Praça e a sua proposta foi a escolhida. O que faria para poder levar mais público às praças?
MG - (risos)... Pergunta difícil. Em primeiro lugar, iria estruturar um projecto, ver quantas corridas poderia dar na Praça. Depois iria apresentar este mesmo projecto às empresas locais, afim de conseguir bons patrocínios, para todas as corridas. Dava também oportunidade aos mais novos cavaleiros, para mostrarem o seu valor, sendo esse um Festival de grande importância. Enfim.. Ideias não iriam faltar.

PSO - À semelhança da pergunta anterior, sendo breve, deixe uma mensagem para a temporada que está à porta.
MG - O que gostava é que todas as empresas, praticassem preços populares em quase todas as corridas, uma forma de combater a crise e que os cartéis fossem mais variados.


Entrevistador: Pedro Sá de Oliveira
Entrevistado: Manuel Galvão

Abertura da temporada 2012